11.2.09

Deus está no controlo!

A preocupação de Jesus centrava-se nas pessoas, os bens materiais eram apenas um meio para alcançar um fim espiritual. Jesus nem sequer tinha casa própria, como ficou demonstrado no célebre episódio em que curou a sogra do dono da casa em que estava hospedado. (Mt 8:14)

Este episódio explicita uma enfermidade na casa de Pedro – um dos discípulo de Jesus.

Podemos ser levados a questionar a razão de existir uma doente na casa onde Jesus residia, na verdade deveria ser a única casa de Cafarnaum isenta de doenças.

Ao lermos o livro de Actos dos Apóstolos encontramos cenários dramáticos, como a morte de Tiago degolado ao fio da espada de Herodes, as prisões, os açoites e as perseguições de várias ordens, demonstram que, enfermidades, maus estares e até sinistros, podem chegar à casa dos maiores amigos de Jesus.

Pese embora as circunstancias, podemos ter a certeza que Deus vê a nossa necessidade. Jesus viu a necessidade da sogra de Pedro e curou-a, Ele está sempre nos bastidores da nossa vida.

Falando em bastidores e lembrando a cura da sogra de Pedro podemos concluir que o evento da cura foi apenas um veículo para algo muito mais superior, que foi o facto de ela poder servir Jesus, visto estar completamente recuperada do estado febril.

Os bastidores demonstram intenções, que muitas vezes não são afloradas nos eventos, mas que representam a essência do evangelho que é o desenvolvimento do homem e da mulher no plano espiritual.

A Bíblia fala-nos num Deus pessoal que atende ao nosso sofrimento, que atende à nossa oração.

Existem algumas correntes que contrariam esta ideia, por exemplo o Deísmo concorda com a existência de Deus, mas coloca Deus longe do homem. Para o Deísmo, Deus criou o mundo e agora ele que se governe por si próprio é como um criador de relógio de corda, cria o relógio dá corda e agora ele que se governe.

Outra corrente perigosa é a predestinação fatalista, que não deixa margem para a intervenção divina na história presente, porque diz que tudo já foi determinado logo não faz sentido os atributos de Deus para o presente, não faz sequer sentido a oração bíblica: "…a oração de um justo pode muito em seus efeitos" (Tg 5:16). Esta corrente apresenta o mundo como um palco de marionetas sem poder de escolha.

Mas então como explicar os acontecimentos futuros, previamente anunciados?

Em primeiro lugar precisamos de entender que Deus está no controle de todas as coisas, e isso não significa manipular o processo da nossa vida 24 horas por dia, estar no controle é ter autoridade para intervir.

Vou tentar transmitir de forma ilustrativa o que é estar no controle.

Vamos pensar nas multinacionais, empresas de topo e de distinção mundial como a Coca-Cola, o McDonald, etc. Estas empresas têm a sua sede num só país e funcionam com diversas filiais autónomas, estas filiais estão agregadas à sede, recebem formação da sede, são supervisionadas pela sede, mas tem alguma autonomia na forma de funcionarem. Se porventura existirem problemas as filiais pedem ajuda à sede e esta intervêm e resolve os problemas, ou seja a sede está no controle.

É obvio que esta ilustração retrata entidades humanas que são falíveis, por isso o que acontece hoje é que inúmeras multinacionais são obrigadas a fechar filiais porque não têm outra solução, mas com Deus não é assim, quando intervêm dá-nos a certeza da sua presença e a certeza de um futuro melhor e inúmeras vezes Deus intervêm na nossa saúde, na nossa situação financeira, nos nossos problemas familiares, enfim, Ele tem em conta as nossas necessidades e isso não interfere com o futuro escatológico da história.

O facto de sabermos que Deus esta no pano de fundo da história ou seja nos bastidores dá-nos ânimo e motivação para prosseguir. As circunstâncias não são para comparar com o favor de Cristo e a magnifica esperança na eternidade.

"As coisas que os olhos não viram, nem ouvidos ouviram, nem penetraram no coração do homem, são as que Deus preparou para os que o amam." I Cor. 2: 9

"Eu sei que tenho crido que é poderoso para guardar o meu tesouro até o dia final." - II Tim. 1: 12